Numa sociedade bastante desgastada como esta que estamos vivendo, reflexo de esforços passados para o povo tornar-se mais conformista e adepto ao “pão e circo”, implantado na Roma antiga e com enorme sucesso no século XXI, querer ser diferente é igualar-se a maioria.
       Movimentos “contra”, seitas religiosas, sexo livre, troca de casais, casamento aberto, apego material, carência afetiva, discussões no lugar de diálogo, são situações corriqueira que presenciamos a todo instante e a mídia televisiva é um dos fortes veículos para confundir valores. A boa mocinha da novela, que é casada e tem filhos, recebe apoio do público quando resolve arrumar um amante mais carinhoso que o marido rústico, procurando posicionar-se como “vítima” quando na verdade é o pivô da prática do adultério...
       Já que a moda é ser diferente - mostrar para todo mundo que não precisamos provar nada para ninguém, acordei com um desejo estranho: de ser vírus, daqueles bem potentes, que aparece do nada e domina todo o sistema.
       Mas, ao contrário do vírus que se propaga pela internet, quero ser um vírus molecular, criado no fundo do quintal mesmo, em um computador barato, sem muita tecnologia, mas com a incrível capacidade de se multiplicar quando atinge seu alvo, de dominar tudo, até a mente dos péssimos compositores de letras musicais.
       Um vírus que contamine as pessoas com palavras e atos, para trazer à toa somente bons sentimentos, atitudes mais verdadeiras, que resgate os valores perdidos no tempo. Um vírus benigno, que propague a honestidade, a confiança na palavra dada, que faça valer a justiça e o direito de cada um, para que o Homem volte a acreditar em si mesmo. Quero ser um vírus que, enquanto você lê esse texto, seja executado...